CURIOSIDADES

O castelo mais antigo do mundo é casualmente um dos maiores. Está na Inglaterra e foi construído por ordem de um descendente de Vikings, o rei normando Guilherme, o Conquistador, no ano de 1070, nos albores da Baixa Idade Média como forma de preservar sua influência e poder reais sobre a região. Trata-se do Castelo de Windsor, originalmente construído em madeira e distante apenas 40 km de Londres, sendo utilizado até os dias atuais como uma das residências oficiais da família real britânica.

Acredita-se que os monstruosos desaguadouros tão onipresentes na arquitetura gótica possuam origens pré-medievais. Há quem diga que as gárgulas ou ‘gargantas‘ (do francês arcaico “gargouille”) já estariam presentes nos telhados de templos do Antigo Egito, tendo também sido vistas pela Grécia e sul da Itália. Já na Idade Média uma lenda francesa contava sobre uma temível ‘gárgula’ ou dragão que habitava os pântanos do rio Sena nos tempos do rei merovíngio Clotário II. Seria esta a origem das misteriosas quimeras de pedra suspensas há séculos nas torres góticas das grandes catedrais?

Apreciado desde tempos remotos por gregos, romanos, eslavos, saxões, celtas e nórdicos, tendo estes últimos o louvado como bebida sagrada em suas sagas, o hidromel não é apenas uma iguaria mítica, mas por muitos considerada saudável e em ampla ascensão por apreciadores mundo afora. Conta-se inclusive que a bebida poderia ser uma das origens da expressão ‘Lua de Mel’, pois nas tradições escandinavas os recém-casados eram presenteados com lotes de hidromel a ser consumidos durante o primeiro ciclo lunar após o enlace, garantindo-lhes assim felicidade e fertilidade. Falso ou não, à sua influência foram creditados os dons da ciência, poesia e inspiração, capazes de transformar aqueles que o bebessem em bardos ou escaldos.

Os antigos celtas já faziam menção a caldeirões mágicos, capazes inclusive de fazer retornar à vida os que já estivessem mortos. Foi nos séculos XI e XII, no entanto, que cronistas como Chrétien de Troyes, Wolfran Von Eschenbach e Robert de Boron escreveram sobre a demanda em torno de um cálice sagrado (‘gradalis’) durante o reinado de Artur na Inglaterra e seus cavaleiros da Távola Redonda em sua defesa contra os invasores saxões, numa unificação de material celta e cristão. Numa das variações da lenda o Santo Graal estaria guardado na mítica fortaleza de Montsalvat, erguida em meio aos Pireneus e visível apenas aos merecedores.

Uma das inspirações arquitetônicas para a criação do Castelo MontSalvat se encontra nas proximidades de Dublin e é conhecida como Manderley ou Castelo Ayesha. A construção em estilo neogótico, erguida em 1840 por Robert Warren, era uma homenagem à Rainha Vitória e atualmente residência da cantora irlandesa Enya.